Pular para o conteúdo principal

Questões dos seminários

Questão do seminário 1: Quais as principais características das teorias tradicionais ao conceberem a sociedade, o conhecimento, a escola, a aula, o(a) professor (a) e o(a) aluno(a)?

Resposta: Ao tomar o status quo como referência, as teorias tradicionais se concentravam nas formas de organização e elaboração do currículo. Os modelos tradicionais se prendiam à atividade técnica de como fazer um currículo. Chamadas de teorias tecnocratas. Não estavam preocupados em fazer algum questionamento mais incisivo com relação aos arranjos educacionais existentes, às formas dominantes de conhecimento ou, à forma social dominante. Essa composição de organização de currículo correspondia ao tipo de pensamento sobre a organização e funcionamento da sociedade daquele período, que era Positivista, pois entendia que a educação deveria ser neutra, utilitarista, repetitiva, obediente baseada em conhecimentos científicos, considerados úteis para aquele momento histórico, já que as sociedades encontravam-se em plena expansão industrial e econômica.

Questão do seminário 2: Escolha um dos três principais representantes das teorias críticas do currículo e faça um resumo sobre seu pensamento relacionando sociedade, escola e currículo.

Resposta: Michael Apple apresenta seu pensamento como reportado à crítica neomarxista às teorias tradicionais e papel ideológico do currículo, e aproveitando-se dela, elabora uma análise que posteriormente se tornou mais influente para a temática. Em uma sociedade capitalista é possível notar a presença de uma classe tida como dominante, detentora de propriedades de recursos, e uma classe que é dominada e possui apenas sua força de trabalho. Essa forma de organização econômica influencia todas as áreas sociais, dentre elas, a educação. Dessa forma, pode-se afirmar que existe uma relação entre economia e educação, ou ainda, uma conexão entre a forma como se organiza a economia e a forma como se organiza o currículo. Para escolher o que compõe o currículo, nitidamente são considerados os interesses particulares de classes e grupos dominantes. Ergue-se então uma preocupação acerca dos conhecimentos que possam ser vistos como legítimos em detrimento de outros. Diante disso, muitos questionamentos surgem quanto a seleção, nível de importância, interesses e relações de poder envolvidas no processo de construção de um currículo. Apple em suas análises procura dar a mesma relevância para os dois tipos de currículo: oculto e oficial, levando em conta como necessário, examinar o que é explicito e o que está implícito. Quanto ao papel da escola como produtora de conhecimento, Apple concede sua devida importância, principalmente no que condiz ao ensino técnico, este, diretamente relacionado com o sistema capitalista que considera uma vantagem para a economia e a produção. Por esta razão, esse tipo de ensino acaba tendo uma predominância maior em comparação a outros como estético, artístico, etc. Um dos mecanismos pelos quais o currículo se conecta com a reprodução cultural e social, e dentro desse processo, em sua aplicabilidade precisa enfatizar questões de classe, gênero e raça.

Questão do seminário 3: Defina currículo oculto descrevendo como se configura.

Resposta: O currículo oculto é formado por todos os aspectos do ambiente escolar que não estão explícitos no currículo oficial, mas que favorecem aprendizagens sociais relevantes. Por meio de um currículo oculto é possível compreender atitudes, comportamentos, valores e orientações para melhor adaptar crianças e jovens a uma sociedade capitalista caracterizada pelo seu funcionamento de cunho injusto e antidemocrático. Também são incluídas as dimensões do gênero, raça e sexualidade proporcionando uma autoidentificação ao aprendente. Quanto as fontes que compõem o currículo oculto, tratam-se de relações sociais na escola que ocorrem entre todos aqueles que fazem parte dela, como alunos, professores, administradores, etc.; a organização do espaço escolar que dependendo da forma como se organiza transmite diferentes ensinamentos; o tempo por meio da pontualidade, controle e divisão para cada tarefa; e ainda, o currículo oculto é capaz de ensinar através de rituais, regras, regulamentos e normas.

Questão do seminário 5: O “adeus às metanarrativas” nos possibilita olhar para as micronarrativas, para as questões em menor escala, os pequenos movimentos. Nesse sentido, o que propõe as perspectivas pós-modernas?

Resposta: O pós-modernismo tem uma desconfiança profunda relativa às pretensões totalizantes de saber do pensamento moderno. Na sua ânsia de ordem  e controle, a perspectiva social moderna busca elaborar teorias e explicações que sejam as mais abrangentes possíveis. O pós-modernismo não apenas tolera, mas privilegia a mistura, o hibridismo e a mestiçagem de culturas, estilos e modos de vida.Não existindo hierarquia entre os saberes, as culturas e os indivíduos. Cada um provém de um contexto diferente, e deve ser respeitado dentro de suas particularidades e experiências. O Currículo passa então a considerar a quem se destina, sua subjetividade e expressão.  De modo que o aluno se sinta representado e parte essencial no processo de aprendizagem, assumindo uma postura ativa e de agente social. Quanto mais próximo formos do objeto de estudo, mais instigados a transforma-lo estaremos.

Questão do seminário 6: Pensando na cultura como pedagogia e na pedagogia como cultura, como é concebido um currículo multicultural? Qual a relação entre currículo, poder e identidade?

Resposta: O currículo multicultural trabalha de forma que possa estar juntamente com todas as matérias, inserindo novas vivências e experiências durante o aprendizado, tornando-o mais rico e cheio de abordagens que podem ser trabalhados nas mais diversas áreas de formação e ensino. O currículo é amplo e abarca várias partes das nossas vivências no âmbito extraescolar, podendo ser um grande instrumento para que todos possam usufruir da riqueza e do contato maior com o aprendizado. Sendo assim, grande parte desse ensino envolve uma grande carga de energia e esforço por parte de todos que estão por trás dele, incluindo aqueles que fazem a cultura trabalhar e ser parte do todo da sociedade. Em grande parte da sua relação com o poder, é porque o que se está trabalhando conjuntamente com o currículo é a cultura que move grande parte das pessoas e das experiências que estão por trás de cada uma. Ao pensar sobre isso, podemos obter grande respostas para se pensar em conjunto com o que é ensinado e repassado - com o que é aprendido e instruído fora dessa esfera escolar - sendo um grande auxílio para que os discentes repensem seu papel e estejam como sujeitos ativos na história desses alunos e deles mesmos. Para que possa haver essas mudanças, é de grande seriedade refletir sobre a identidade de cada um e de como isso afeta nossa cosmovisão, sendo um grande lapso de momento para mudar o que se encontra lá na frente, mas ao mesmo tempo aqui no presente. Usar essas habilidades, conceitos e histórias para abarcarem o currículo, é de grande feito para que possa haver cada vez mais um crescimento maior nas histórias e vivências desses alunos que estão aprendendo e absorvendo não só de seus docentes, mas daquele meio que é usado como um fim: o próprio currículo. Fluindo nessa tríade, o currículo possuí uma grande capacidade de prover novas visões de mundo e trabalhar tanto para o bem como para o mau, por isso é de grande feita que possa haver o conhecimento necessário de várias partes, e de buscar cada vez mais conhecer os perfis necessários para que possa haver uma busca maior e permanente em cada uma que é afetado por parte desses currículos. Uma identidade bem definida e trabalhada em um currículo, pode trazer grande diferença para um novo entendimento e novos conhecimentos para o campo que se está sendo trabalhado, juntamente com os discentes e docentes, procurando assim, ser um grande material de apoio para que possa haver novas utilidades e grandes momentos de estudos conjuntos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cordel sobre o texto: O processo de seleção de conteúdos como uma seleção cultural

  No primeiro passo para um currículo Os conteúdos começam a separar Para escola ou sistema educacional Os temas importantes considerar   Mas na verdade é preciso cuidado Há muito o que pensar e questionar Para evitar que nesse processo As culturas tendam a selecionar   Graças as funções sociais da escola Conteúdos não são só conhecimentos São valores, atitudes, técnicas Pensamentos e comportamentos   Para evitar a seleção cultural É preciso a cultura conhecer Para entender sua importância E esse erro não cometer   A cultura é aquilo que se produz Dentro de um grupo social A cultura facilita e organiza A construção simbólica ou material   A expressão cultural pode ser Significados, costumes, rituais... Sentimentos que rodeiam as pessoas Tanto coletivos quanto individuais   Assim, há uma diversidade de culturas Seja brasileira, nordestina, sulista Cultura de massa, indígena, erudita Popular, negra e também feminista  

Mapa conceitual do texto: Currículo, conhecimento e cultura.